On the Road com Jack Kerouac.

Foi em 1947 que Jack Kerouac começou a pensar pela primeira vez no romance que viria a ser On the Road. Nos três anos seguintes, ele cruzou os Estados Unidos na companhia de Neal Cassady e de outros amigos. Essas viagens se tornaram a experiência formadora de Kerouac e o material bruto que seria utilizado na sua mais famosa obra. Nesses três anos, o aspirante a escritor encheu diários e cadernos com anotações e esboços nos quais experimentava possíveis protagonistas e situações ficcionais. Depois de ficar enfeitiçado pelas cartas explosivas, exuberantes e cheias de incentivo que Cassady lhe enviara entre o final de 1950 e o início de 1951, Kerouac finalmente decidiu que a melhor maneira de escrever o romance seria contar a história da sua vida, e contá-la ‘como aconteceu‘. Durante três semanas do mês de abril de 1951, em um apartamento da rua 20 Oeste de Manhattan, ele trabalhou frenética e incessantemente em sua máquina de escrever, e o resultado foi uma versão que considerou satisfatória. Ela foi datilografada em um só longo parágrafo, com entrelinha simples, em folhas de papel vegetal mais tarde coladas umas às outras, formando um rolo de quase 37 metros de comprimento. Somente em 5 de setembro de 1957, seis anos e várias versões e correções, depois a editora norte-americana Viking publicou o livro tal qual é conhecido por nós, e tal qual foi traduzido em todo o mundo.

Vídeo produzido pelo diretor espanhol Sergi Castella que transformou uma carta escrita em janeiro de 1957 de Jack Kerouac para sua então ex-esposa Eddie Parker, Castella transformou as palavras de Kerouac em “We Were Never Born” (Nós Jamais Nascemos), vídeo de quatro minutos e ½ (feito em 2010) patrocinado pela fabricante de bicicletas catalã Dosnoventa Bike. E mais: para pontuar o texto dessa carta, Castella ainda resolveu entrecortar o pensamento de Jack com duas canções estupendas: “Gonna Cut You Down”, tema de domínio público na versão inspirada de Johhny Cash, e “Time”, um dos carros-chefe de “The Dark Side of The Moon”, do Pink Floyd.

Segue trecho da carta escrita:

“I have lots of things to teach you now, in case we ever meet, concerning the message that was transmitted to me under a pine tree on a cold winter day. It said that Nothing Ever Happened, so don’t worry. It’s all like a dream. Everything is ecstasy, inside. We just don’t know it because of our thinking-minds. But in our true blissful essence of mind is known that everything is alright forever and forever and forever.
Close your eyes, let your hands and nerve-ends drop, stop breathing for 3 seconds, listen to the silence inside the illusion of the world, and you will remember the lesson you forgot, It is all one vast awakened thing. I call it the golden eternity.
We were never really born, we will never really die. It has nothing to do with the imaginary idea of a personal self, other selves, many selves everywhere: Self is only an idea, a mortal idea.
I know this from staring at mountains months on end. They never show any expression, they are like empty space, but the emptiness of space will never crumble away because it was never born.”

Jack Kerouac

    Deixe um comentário

    O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

    This site is protected by reCAPTCHA and the Google Privacy Policy and Terms of Service apply.

    × Podemos te ajudar?